Pensamentos


sábado, 30 de abril de 2011

Porque os americanos ainda não gostam dos ateus?

O artigo abaixo é uma tradução do que foi publicado dia 29/04/11 no The Washington Post por Gregory Paul e Phil Zuckerman. Dá uma idéia de como é o pensamento geral sobre os ateus nos Estados Unidos e, consequentemente, de como deve ser aqui, no maior país católico do mundo. 

Porque os americanos ainda não gostam dos ateus?
Muito depois de os negros e os judeus terem feito grandes progressos, e até mesmo enquanto homossexuais ganham respeito, aceitação e novos direitos, ainda há um grupo que muitos americanos não gostam: os ateus. Aqueles que não acreditam em Deus são amplamente considerados imorais, perversos e raivosos. Eles não podem se juntar aos escoteiros. Soldados ateus são classificados potencialmente deficientes quando não marcam suficientemente "espiritual" em avaliações psicológicas militares. Pesquisas mostram que a maioria dos americanos se recusam ou são relutantes em se casar com, ou votar em não-teístas; em outras palavras, os não-crentes são uma minoria a qual ainda é comumente negados em termos práticos, o direito de assumir o cargo político, apesar da proibição constitucional da exclusão religiosa.

Raramente denunciado pelo mainstream, esta discriminação anti-ateu impressionante é instigada por conservadores cristãos, que estridente - e incivilizadamente - declaram que a falta de fé piedosa é prejudicial à sociedade, tornando os não crentes intrinsecamente suspeitos e de segunda classe.

É essa aversão instintiva de ateus justificada? Nem perto disso.

Um crescente conjunto de pesquisas em ciências sociais revela que os ateus, e pessoas não-religiosas em geral estão longe de serem os seres repugnantes que muitos supõem que elas sejam. Em questões básicas da decência moral e humana - questões como o uso governamental da tortura, a pena de morte, a punição física em crianças, o racismo, o sexismo, a homofobia, o anti-semitismo, a degradação ambiental ou direitos humanos - os irreligiosos tendem a ser mais éticos do que seus colegas religiosos, especialmente em comparação com aqueles que se descrevem como muito religioso.

Considere-se que ao nível social, as taxas de homicídio são muito menores em países laicos como o Japão ou a Suécia do que nos muito mais religiosos Estados Unidos, que também tem uma parcela muito maior da população na prisão. Mesmo dentro deste país, os estados com os maiores níveis de freqüência à igreja, como a Louisiana e Mississippi, têm taxas de homicídio significativamente maior do que em estados muito menos religiosos como Vermont e Oregon.
Enquanto indivíduos, os ateus tendem a pontuação elevada em medidas de inteligência, principalmente na habilidade verbal e alfabetização científica. Eles tendem a criar seus filhos para resolver problemas racionalmente, para fazer a sua própria opinião quando se trata de questões existenciais e obedecer a regra de ouro. Eles são mais propensos a praticar sexo seguro do que os fortemente religiosos, e são menos prováveis de serem nacionalistas ou etnocêntricos. Eles valorizam a liberdade de pensamento.

Enquanto muitos estudos mostram que os americanos laicos não se saíram tão bem quanto os religiosos quando se trata de certos indicadores de saúde mental ou bem-estar subjetivo, novos estudos estão mostrando que as relações entre o ateísmo, o teísmo, saúde mental e o bem-estar são complexas. Afinal de contas, a Dinamarca, que está entre os países menos religiosos na história do mundo, consistentemente apresenta-se como a mais feliz das nações. E os estudos de apóstatas - pessoas que eram religiosos, mas mais tarde rejeitaram sua religião – se mostraram mais felizes, melhores e liberados em suas vidas pós-religiosas.

Não-teísmo não é sempre “balões e sorvetes”. Alguns estudos sugerem que as taxas de suicídio são maiores entre os não-religiosos. Mas as pesquisas que indicam que os americanos religiosos estão em melhor situação pode ser enganosa, porque incluem entre os não-religiosos os indecisos que são tão propensos a acreditar em Deus, enquanto os que são ateus convictos possuem os mesmos índices dos crentes devotos. Em inúmeros indicadores respeitados do sucesso da sociedade - as taxas de pobreza, gravidez na adolescência, aborto, doenças sexualmente transmissíveis, obesidade, uso de drogas e a criminalidade, bem como a economia - níveis elevados de laicidade são consistentemente correlacionados com resultados positivos em países de primeiro mundo. Nenhuma das avançadas democracias laicas sofre dos males sociais combinados visto aqui na América Cristã.

Mais de 2.000 anos atrás, quem escreveu o Salmo 14 alegou que os ateus são tolos e corruptos, incapazes de fazer qualquer bem. Estereótipos negativos dos ateus ainda estão vivos e bem. No entanto, como todos os estereótipos, eles não são verdadeiros - e talvez eles nos dizem mais sobre aqueles que os propagam do que aqueles que são difamados por eles. Assim, quando pessoas como Glenn Beck, Sarah Palin, Bill O'Reilly e Newt Gingrich se engajam na política da "divisão e destruição" com a difamação dos ateus, eles o fazem em negação da realidade.

Como acontece com outros grupos de minorias nacionais, o ateísmo está em crescimento rápido. Apesar do fanatismo, o número de não-teístas americanos triplicou como proporção da população em geral desde 1960. A tolerância das gerações mais jovens para as intermináveis disputas religiosas está diminuindo rapidamente. Pesquisas projetadas para entender a relutância em admitir o ateísmo descobriram que cerca de 60 milhões de americanos - um quinto da população - não são crentes. Nossos compatriotas não-religiosos devem receber o mesmo respeito que outras minorias.

Gregory Paul é um pesquisador independente em sociologia e evolução. Phil Zuckerman, professor de sociologia na Pitzer College, é o autor de "Sociedade sem Deus."

Link original:
http://www.washingtonpost.com/opinions/why-do-americans-still-dislike-atheists/2011/02/18/AFqgnwGF_story.html

quarta-feira, 27 de abril de 2011

EUA cancelam programa de escuta extraterrestre (SETI)


Será que aquele protetor de tela não vai existir mais também? Eu usei ele pra caramba anos atrás. 
Mas lógico que o meu micro não achou nada. 


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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Teletransporte Quântico realizado no Japão

Essa é uma notícia muito interessante. Não tem nada a ver com Star Trek, ainda. Mas ele conseguiram transmitir informação pelo método quântico. 
Se algum dia conseguimos criar matéria a partir de informação, aí sim estaremos perto de realizar o teletransporte da ficção científica!!
Viagem total......
Experimento de comunicação quântica na Universidade de Tóquio

Link da Exame com a matéria completa:

terça-feira, 19 de abril de 2011

Taxi ou Carro Próprio: O que é mais barato?

Não são raras as vezes que o que tomamos por verdade absoluta não resiste a uma conta simples. Esse é mais um caso!!! O que demonstra que precisamos sempre questionar essas "regras" padronizadas.

Segue o link da matéria completa da Exame. Eu vou fazer minhas contas já!!!

http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/video/seu-dinheiro-na-tv/tomar-taxi-todos-os-dias-pode-ser-mais-barato-que-ter-carro

Alienígenas Russos

De tempos em tempos a Rússia "produz" um alienígena novo. Em 2009 foi feito esse primeiro vídeo. Logo o alienígena foi identificado como uma raia com as barbatanas cortadas.


Qual será o bicho desse segundo vídeo postado hoje no youtube?

Papa Bento XVI: "Tecnologia não substitui a Deus"

Uma forma de unir pessoas de um grupo é criar um inimigo comum. Mesmo que ele não exista, se for só percebido, já serve ao propósito. 
É o que o Papa faz ao afirmar que os homens querem tomar o lugar de Deus usando a tecnologia. Nunca vi cientista  nenhum ter essa meta, mas a frase tem o efeito de incitar os religiosos contra "eles", os cientistas. E ainda coloca ele como detentor de uma verdade. 
Nossa tecnologia é fruto de muitos anos de estudo da natureza e do consequente desenvolvimento científico. Não existe essa pretensão de substituir Deus como ele faz parecer. Está misturando coisas sem nenhuma conexão.

Ele está no papel dele, precisa se segurar no cargo e os respectivos fieis e pra isso vale tudo. Só acho uma pena saber que um discurso tão vazio vai influenciar tanta gente!

Link da matéria da veja no link abaixo:

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terça-feira, 12 de abril de 2011

U2 360º Brasil - A Experiência


Não tem nada a ver com o tema do blog! Mas tenho que registrar em algum lugar!!

Pra mim já estava certo que seria o último show que iria. Porque todas as bandas de rock que gosto já vieram e pude ver todas que interessei. A minha banda predileta sempre foi o U2 e das outras vezes que eles vieram eu fui todos os dias (duas vezes em cada show!). Dessa vez o ingresso foi mais difícil de conseguir e só pude ir um dia, mas tudo bem. Seria meu último show mesmo.

Chegamos no Morumbi na hora que começou a chover. Já tínhamos comprado aquelas capinhas vagabundas de plástico e foi com aquilo que chegamos nos estádio. Ficamos na arquibancada tomando chuva nas costas desde as 18:30h, com o show previsto pra começar as 21:30h, aí pensei: “Taqueoparil, podia se pior? Só se não tivesse conseguido ingresso!”

Quando começou o show do Muse a chuva parou. Olhei pro céu e vi uma luz forte refletida na nuvem, achei que era do show deles. Depois olhei de novo e vi que era a lua aparecendo!! O céu foi abrindo de uma tal maneira que começou a aparecer estrela. E não choveu mais até o fima da noite. O Bono depois até cantou: “I see the rain cloud disappear without a trace”

O Muse fez um show muito bom. Não lembro de nenhuma música deles hoje mas lembro que foi bem honesto. E eles puderam usar o telão do U2, o que já deu uma mostra do viria.

Depois apareceu um relógio no telão. Logo deu pra perceber que o relógio estava andando muito mais rápido do que o normal. Depois de um tempo ele “quebra” e todos os ponteiro e marcadores começam a flutuar como se estivessem no espaço. Era um indicativo do local que estávamos.

A nave chega trazendo os ocupantes e o show começa com “Even better than the real thing”. Era a permissão pra entrar no clima.

Aí eu já percebi que eu tinha esquecido o que era aquilo. Eu tenho o blue-ray desse show e até tinha achado muito bom. Mas a experiência de estar lá e sentir o som é outra coisa. Já to achando o Blue-ray uma merda, ou estou ouvindo ele muito baixo em casa.

No último bis o Bono aparece com uma jaqueta cheia de laser e no final da música a jaqueta é “levada” para a nave e ela se apaga. Agora estávamos sozinhos de novo no estádio, ou melhor, no espaço. As luzes dos celulares no estádio inteiro, combinado com o efeito no telão, faziam parecer que estávamos no meio do espaço.

Show do U2 é isso. Nunca é só música. É o palco, o som, os efeitos, o estádio, a mensagem. Não dá pra comparar com nenhuma outra banda! O jogo é outro!

Enfim, quem não viu não perca a próxima chance!! Eu mesmo apaguei a idéia de que seria meu último show! Tô procurando o próximo já!

P.S.: Eu usei aquele serviço de transporte do Shopping D&D na marginal Pinheiros. Fui e voltei com a Van deles. Na volta o motorista estava ouvindo a rádio Tupi. Vocês têm idéia o que é sair do show do U2 e voltar ouvindo rádio Tupi? Só por essa não uso esse serviço nunca mais!!

Setlist - 10/04/2011

Minha menina – Os Mutantes (musica de abertura)
Even Better Than The Real Thing
Out of Control
Get on your boots
Magnificent
Mysterious Ways
Elevation
Untill the end of the world
I Still haven’t found what I’m looking for
Pride (In the name of love)
North Star
Beautiful Day
Miss Sarajevo
Zooropa (primeira vez na turnê. Primeira vez desde 1993)
City of Blinding light
Vertigo
I’ll go crazy if I don’t go crazy tonight (versão remix)
Sunday Bloody Sunday
Walk On
Scarlet

Bis
One (+ Amazing Grace)
Where the streets have no name

Bis 2:
Ultraviolet (Light My Way)
With or Without you
Moment of Surrender

sábado, 9 de abril de 2011

Carl Sagan e o Kit para detectar falácias e fraudes

Em 1996 Carl Sagan lançou um livro espetacular: “O Mundo Assombrado pelos Demônios – A Ciência vista como uma Vela no Escuro”.
Dentre vários assuntos nesse livro ele descreve um kit de ferramentas para o pensamento cético, que se fosse mais utilizado, a sociedade seria muito menos propensa a cair em erros de julgamento.
Segue a transcrição deste kit completo. Quem quiser olhar no livro está na página 208.

1 – Sempre que possível deve haver confirmação independente dos “fatos”.

2 – Devemos estimular uma debate substantivo sobre as evidências, do qual participarão todos os partidários de todos os pontos de vista.

3 – Os argumentos de autoridade tem pouca importância – as “autoridades” cometeram erros no passado. Voltarão a cometê-los no futuro. Uma forma melhor de expressar essa idéia é talvez dizer que na ciência não existem autoridades, quando muito, há especialistas.

4 – Devemos considerar mais de uma hipótese. Se alguma coisa deve ser explicada, é preciso pensar em todas as maneiras diferentes pelas quais poderia ser explicada. Depois devemos pensar nos testes que poderiam servir para invalidar sistematicamente cada uma das alternativas. O que sobreviver, a hipótese que resistir a todas as refutações nessa seleção darwiniana entre as “múltiplas hipóteses eficazes”, tem uma chance muito melhor de ser a resposta correta do que se tivéssemos simplesmente adotado a primeira idéia que prendeu nossa imaginação.

5 – Devemos tentar não ficar demasiado ligados a uma hipótese, só por ser a nossa. É apenas uma estação intermediária na busca do conhecimento. Devemos nos perguntar por que a idéia nos agrada. Devemos compará-la imparcialmente com as alternativas. Devemos verificar se é possível encontrar razões para rejeitá-la. Se não, outros o farão.

6 – Devemos quantificar. Se o que estiver sendo explicado é passível de medição, de ser relacionado a alguma quantidade numérica, seremos muito mais capazes de discriminar entre as hipóteses concorrentes. O que é vago e qualitativo é suscetível de muitas explicações. Há certamente verdades a serem buscadas nas muitas questões qualitativas que somos obrigados a enfrentar, mas encontrá-las é mais desafiador.

7 – Se há uma cadeia de argumentos, todos os elos na cadeia devem funcionar (inclusive a premissa) – e não apenas a maioria deles.

8 – A Navalha de Occam. Essa maneira prática e conveniente de proceder nos incita a escolher a mais simples dentre duas hipóteses que explicam os dados com igual eficiência.

9 – Devemos sempre perguntar se a hipótese pode ser, pelo menos em princípio, falseada. As proposições que não podem ser testadas ou falseadas não valem grande coisa. Considere-se a idéia grandiosa de que o nosso Universo e tudo que nele existe é apenas uma partícula elementar – um elétron, por exemplo – num Cosmo muito maior. Mas, se nunca obtemos informações de fora de nosso Universo, essa idéia não se torna impossível de ser refutada? Devemos poder verificar as afirmativas. Os céticos inveterados devem ter a oportunidade de seguir o nosso raciocínio, copiar os nosso experimentos e ver se chegam aos mesmos resultados.

terça-feira, 5 de abril de 2011